Há já algum tempo, o Paulo Coelho, contou-nos alguns pormenores sobre a forma de fazer rádio na actualidade e deu-nos conta do seu desencanto. Que eu compartilho.
Há alguns dias atrás, “tropecei” na notícia do doutoramento de Adelino Gomes.
Esta noticia fez-me recordar algumas intervenções deste jornalista e homem da rádio: a colaboração no PBX e no Página 1 (relembro algumas reportagens sobre o Pátio D. Fradique, junto ao Castelo S. Jorge) a sua inclusão num dos primeiros Paris-Dakar, a bordo de um Citroen 2 CV, a reportagem sobre o ataque ao Ralis, no pós 25 de Abril, etc.
Nesta linha de pensamento relembrei alguns programas, com intervenções muito vincadas na sociedade portuguesa e no panorama da rádio em Portugal, que independentemente do tipo de intervenção (política ou social), do tipo de música escolhida e do público alvo, foram muito importantes e fazem parte da história da rádio dos últimos 50 ou 60 anos.
Alguns desses programas, foram a plataforma de lançamento de grandes profissionais, outros serviram apenas de confirmação. Na sua maioria, evidenciam a necessidade de uma equipa e não apenas de uma voz.
A produção de um programa de rádio pode ser um processo solitário. No caso dos programas de autor, eram, normalmente o resultado de um processo conjunto, emocionante e absorvente, acarretando, tantas vezes, perseguições e sanções. E isso sentia-se do lado de cá do rádio.
Hoje, parece-me mais um exercicio técnico ditado por políticas comerciais, sem grande lugar à criatividade.
Proponho-me revisitar o passado (é verdade, estamos a ficar velhos e já nos damos ao luxo de olhar para o passado) e apontar alguns programas e alguns profissionais, desse mundo que então nos atraía e deslumbrava.
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